Vivendo o aqui e agora, no dia a dia na aldeia Yawanawá

Cultura indigena Yawanawá

Imagine um campo de golfe todo gramado com laguinhos, riacho, árvores, caminhos que levam pra varias direções, uma subidinha aqui, uma descidinha ali e casinhas espalhadas por aí. Assim é a aldeia na beira do rio Gregorio, só que beeem mais rústica do que um campo de golfe. Logo que você chega encontra umas casinhas em volta de uma área que poderia ser chamada de pracinha da aldeia. Algo como o Quadrado de Trancoso, sabe? Ali ficam algumas casas como a do cacique e a escola, que é um conjunto de umas 5 ou 6 salas de aula, todas redondas, feitas 100% em madeira e elevadas do chão (sim, como palafitas). Conectando umas às outras tem uma “passarela” de madeira também no estilo palafita. A administração da escola (e o point da internet) é uma dessas casinhas, onde a galera se espalha pelo chão mesmo (limpiiinho…) e aproveita também pra carregar os apetrechos eletrônicos.

Aldeia Yawanawá
Aldeia Yawanawá

É grande a área da aldeia, tudo bem espalhado por essa clareira amazônica. Da minha barraca, que tá montada lá do outro lado, perto do igarapé, depois da ponte de troncos de madeira, até o refeitório da escola dá, fácil, uns 10 minutos de caminhada num ritmo bom. E quando isso acontece por volta do meio dia… É um banho pra cada bate volta. Calooooor demais!! Tudo sempre com muito filtro solar e outra camada generosa de repelente por cima (o que não evita 100% as picadas mas ameniza bastante). Agora misture isso a um suorzinho básico, uma certa dose de poeira e tá pronto! hehe O conceito de limpo e sujo aqui é beeem diferente. Dormir sem areia ou terra no pé, por exemplo, é uma missão impossível! Assim como não ter insetos dentro da barraca.

Preparo para o ritual indigena
Preparo para o ritual indigena

Mas o lugar é doce, bucólico, uma gracinha. Não é bem uma sensação de que parou no tempo, mas como se eles tivessem o seu próprio tempo, fizessem parte de uma outra dimensão. O que me lembra que, na verdade, eu não sei bem onde estou, o que é um tanto ou quanto curioso… Sim, estou numa tribo indígena na Amazônia, mas só sei que voei 5 horas, encarei umas 7 ou 8 de van e depois outras 7 de canoa. Mas onde exatamente, pra que lado? Dei uma pesquisada no google maps, como costumo fazer sempre que viajo, mas não rolou, mesmo.

De dia rolam caminhadas, feirinha de artesanato, danças, cantorias deles… Mas o lance também é bater papo com o pessoal, no geral pessoas muito interessantes e com experiencias de vida bem bacanas. Com isso, as refeições acabam se alongando em altos papos (hoje no café, o Laerte, um cara meio com pinta de eremita, meio reclamão, mas figuraça, com uma visão bem critica e interessante) quase me convenceu a sairmos daqui e cruzarmos a cordilheira dirigindo até Machu Picchu. Ahhhh se eu não tivesse que trabalhar 2a feira… hehe 

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