Falei tanto que não queria ir embora… que meu desejo se realizou!
Perdi o voo.
Foi um erro bobo. O irônico é que eu mesma falei sobre isso quando ainda estava no Brasil: “São tantos voos que tenho que pegar que ficarei impressionada se não perder nenhum!” Somando-se a isso toda a força do pensamento (rs)… “Quero ficar em Bali, quero ficar em Bali…” Pimba, desejo atendido! Fiquei em Bali. Simplesmente porque olhei o horário da chegada do voo e não da partida…
E o pior é que cheguei ao aeroporto tão cedo (justamente com medo de perder o voo), que teria dado tempo. Mas induzi o guarda da entrada (só entra quem vai viajar) ao mesmo erro e ele não me deixou entrar dizendo que o check in ainda não estava aberto.
Liguei pra cia aérea em Abu Dhabi para me ajudarem mostrando as melhores opções, enquanto pulava de um balcão para o outro em busca de outras alternativas. A Air Asia tinha um voo para Kuala Lumpur decolando em 2 horas por US$192 (not bad). Ah! Mas consegui um voo com a Etihad direto pra Adu Dhabi, perfeito! E chegaria a tempo de pegar meu voo pro Brasil. Good! Comprei.
Mas ao anotar os detalhes do voo estranhei algumas informações…. Pera ai, eu disse BAli e não MAli! A mulher me vendeu uma passagem erradaaaaaaaa!!
“Cancela! Cancela tudo!”, eu disse enquanto corria (literalmente) de volta pro balcão da Air Asia (já uns 15 minutos atrasada) para pegar aquele outro voo para Kuala Lumpur.
“Pera aí! Preciso de visto??” :-S
Ufa, pode emitir.
Corri pro check in. Excesso de bagagem. Já não importava mais.
“How much is it?”
OK, sentei na sala de embarque com a minha mochila quase do meu tamanho (dessa vez se perderem a minha mala estou preparada).
E bateu aquela solidão… Perdida no mundo “total”!
Era madrugada no Brasil.
Liguei para um amigo australiano que conheci em Bali.
“Hey…”
“Hi!”
“Just wanted to listen to a friendly voice… you won’t believe what I just did…”
Quando desliguei a senhora malaia sentada do meu lado disse:
“Desculpe, mas não pude deixar de ouvir sua conversa… Você perdeu o voo?! Vai ficar tudo bem..”
Foi então que veio o Tsunami e comecei a chorar… Acho que todas as emoções da viagem vieram de uma vez só. Ela me deu um lencinho, toda fofa, e ficou conversando comigo, dando apoio moral, contou da sua viagem, perguntou da minha…
Hora do embarque: nos despedimos. Mas passando pelo finger as lágrimas correram soltas.
“Are you alright?”
“Are you alright?” Perguntavam os comissários, um a um. Eu só fazia que sim com a cabeça e continuava chorando.
Os australianos sentados do meu lado (só da eles aqui!) também deram uma força e até pesquisaram opções de voo pra mim na internet do celular (porque eu não tinha pacote de dados).
“Don’t worry, you’ll be fine!”
“I know, I’ll be fine.”