Amostra grátis

Ritual no Ganges, em Varanasi

É engraçado como vai filtrando a galera, a cada voo que passa. De SP pro Rio, tudo em casa. Do Rio pra Londres já aparece aquele jeitão britânico em 50% da população. De Londres pra Dubai vira uma baita salada de etnias, pra todos os gostos. E de Dubai pra Delhi não resta duvida: só dá moreno jambo de cabelo liso e feições delicadas. Observo como as mulheres se portam e se vestem. É assim que eu tenho que fazer_:-)

Quando o avião toca o solo dessa caixinha de surpresas, sou atingida por um único e forte pensamento: que se cumpra o meu destino.
Assim, com esse tom de sobriedade mesmo.

Já era noite. Ainda da janela do carro, a caminho do hotel de Delhi, registrei minhas primeiras impressões: o transito é italiano (mas tenho certeza de que pode ser bem pior), a conservação dos edifícios é cubana e o movimento na rua é carioca. Daqueleees do centro do Rio… no carnaval! Ali na saída dos fundos sambódromo, sabe?

O caos urbano da Índia
O caos urbano da Índia

Meu pequeno hotel era na rua “25 de março” e não tinha uma cara das melhores não… O ar era informal e todos a minha volta eram simpáticos. Todos homens. Pra minha felicidade, tinha tranca na porta do quarto (tranca mesmo, dessas que só fecham por dentro), mas arrastei a mesinha de cabeceira para trás da porta, just in case. Abstrai do aspecto não muito limpo e dormi tranquila.
O café da manhã, assim como o banheiro, não era muito convidativo. Comi pão puro e fiz xixi “em pé”, hehe. Não ia queimar a largada, né? Deixei pra comer no aeroporto (Delhi foi só pra dormir! ), que me surpreendeu bastante positivamente na chegada. Isso até o motorista me dizer que estávamos indo pro terminal antigo… Mais um pão sem nada, por favor :-S

Sim, era daqueles que mais parece uma rodoviária (mas o troféu de pior aeroporto da minha história segue com Dar el Salaam, na Tanzania, hehe). E, enquanto esperava meu voo, fui abordada pela 1a vez, pelo indiano sentado do meu lado, que começou a puxar papo e querer saber de mim. Segui direitinho o meu “manual de sobrevivência na Índia”: respondi educadamente mas séria, sem esboçar nenhum sorriso e nem olhar pra cara dele, pra deixar claro que não queria papo. Só que essa não sou eu… Eu gosto de conversar!! 🙁 Bom, vamos fazer uns ajustes nessas normas de conduta.

E, da janela do avião, ganhei meu primeiro presente da viagem. Vi um cara olhando, todo interessado, pra fora, quando já estávamos em voo de cruzeiro e fui conferir. Nuvens, céu azul… Péra… lá no fundo não são nuvens… É o Himalaya! Gigante!! Branco como as nuvens, mas mais alto que elas!! Demais!! Não sabia que ía dar pra ver! São vaaarios picos, uma cordilheira afinal, e fico tentando medir com os olhos pra descobrir qual é o Everest. Mas não dá pra saber ao certo…

Chegando em Varanasi, agora sim, pra começar a viagem de verdade. ☺

0 0 votes
Article Rating
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments