Muito mais do que 5 estrelas

Home sweet home: Casa Umoja, em Nungwi

4 ou 5 pessoas desembarcaram comigo do voo que ia para Nairobi. Além da gente e de mais 2 policiais pedindo para você colocar o nome numa listinha (só isso), não havia mais qualquer sinal de vida no pequeno aeroporto. Nenhum outro voo chegando ou saindo de Zanbibar. Meu motorista estava do lado de fora com uma plaquinha na mão. Agora sei que ela era totalmente desnecessária… Mas eles também devem saber que isso me deixou mais segura quando combinamos à distância.

Silêncio…. > essa foi a minha primeira impressão. Nem os carros, nem as motos ou qualquer outro evento na rua fazia barulho. Nada de rádios ligados, apitos, sirenes ou qualquer burburinho.

A estrada é mão dupla e nenhuma placa aponta para Nungwi (me pergunto se será mesmo uma boa ideia alugar um carro…). Sem qualquer pintura ou sinalização ela tem, sim, muuuitos buracos e postos policiais. Fomos parados 3 vezes (!) em 60Km de viagem. Perguntei ao motorista se queriam dinheiro e ele me explicou que as vezes sim (algo entre 2 / 3.000 Xelins, que equivalem a US$1,5 / 2). É preciso uma licença especial para transportar turistas. Cuba me vem a cabeça novamente.

O caminho era iluminado apenas pelas casas, lojas e bares, e havia não só muitas pessoas caminhando, como crianças sentadas, as vezes deitadas (!) no espaço onde deveria se iniciar um acostamento. Perigosa combinação, principalmente considerando-se a quantidade de buracos para se desviar.

Mas a tranquilidade era contagiante. De janela aberta dava para escutar as cigarras e suas companhias noturnas. Dava para ouvir até os chinelos dos locais arrastando pelo chão quando desacelerávamos para passar pelos quebra-molas (pelo menos isso!).

 Entrando em Nungwi vai batendo uma certa apreensão… “Será que foi uma boa ideia vir para ca?”

O que eu via eram casebres muito, muito, muito simples, ruas de terra com traçado indefinido e crateras cheias de água de chuva.

Chegamos. Não deu para entender muito bem o lugar porque a iluminação é realmente precária à noite. Mas, para minha alegria, meu anfitrião Mansur (a cara do Bob Marley, com pés descalços e dreads quase até a cintura) é uma simpatia. Pegou minha mala e me conduziu por um zigue zague entre as arvores no terreno de areia até a casa principal e o meu quarto. Eram 9 da noite, depois de quase 2 dias de viagem… Ele me apresentou as instalações e perguntou se eu gostava de lula. “Siiiim!”  

Uma alegria invadiu meu coração, rsrs. Ele disse que o hotel (na verdade uma guest house) não tem restaurante mas que ele tinha acabado de comer e tinha feito um pouco a mais porque achou que eu ia chegar cansada e com fome. Bingo! Recepção sensacional… E a lula só não era melhor do que a do meu pai.

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