Tudo aqui é bem rústico (pra variar, hehe), com pinta de que foi feito por eles próprios, mas bem aconchegante. Os quartos são bangalôs construídos sobre troncos de madeira, com piso, portas e janelas pivotantes também em madeira, sem qualquer tranca, e teto de sapê. As varandinhas tem rede e vista pro mar, uns 300 metros à frente, depois do jardim de bromélias e coqueiros, um riozinho e um trecho de vegetação rasteira.
100% da energia vem de fonte solar (leia-se: deixa a gente na mão de vez em quando, hehe) e 100% da água disponível é potável. Com fé de que não vai dar nenhuma zebra, rs. A alimentação não é o forte do lugar. Vegana, sem sal nem legenda, é pouco variada e tem cara de gororoba, daquelas que nem provando você descobre o que é. :-S Foco no detox!
Mas mais do que desconectar, aqui é um lugar apenas para sentir… e simplesmente não pensar em nada. Tipo deixar o lado racional guardado no fundo da mala, sabe? Se entregar, descobrir e deixar o coração e a intuição te guiarem… E pra colaborar, o gene musical corre nas veias dessa tribo bicho grilo aqui. A qualquer momento ouve-se talentosos violões, gaitas ou vozes, da mais enérgica a mais suave, que acariciam e enfeitam a atmosfera, embalando a gente ainda mais pra longe.
E assim, eu me embrenhava pelos caminhos sinuosos daqui, sob a luz da lua (quase cheia pra minha sorte), tentando chegar numa tal Oca Shalom, não muito perto do meu QG. Era só ir reto, entrar na 1ª à direita, 1ª à esquerda, 2ª à direita e voilà! O problema é que os caminhos que deveriam ser retos fazem curvas… e o que chamam de rua por aqui, às vezes é tão estreito e fechado que você fica na duvida se dá pra passar por ali… Ou seja, de modo geral, você esta andando é pelo meio do mato. E aí, aparece uma casa vazia no meio do caminho: direita ou esquerda? Ahhhhh!!! Não viajo mais sem lanterna!! :-S Percebi que havia uma música. E bem perdida no meio do mato, no escuro, essa me pareceu a única opção. Me concentrei e comecei a caminhar, sem olhar muito bem pra onde ia, simplesmente seguindo a “flauta mágica”. Não encontrei a flauta, mas encontrei uma casinha, dessa vez habitada. Me aproximei de mansinho… “Oh de casa!”
“Oi, tudo bem? Eu tô tentando chegar na Oca Shalom, sabe onde é?”
“Oca Shalom? Mas não tem nada lá agora…” (ele falava português com sotaque francês)
“Tem sim! Tão tendo umas vivências lá essa semana, sempre às 18hs” (eu super “in!”)
“É de graça?” rs
E ele foi comigo.
Mas a vivência… era o maior bololo… Deixou a massagem tailandesa nas plantações de arroz (pra quem se lembra) no chinelo… começamos rolando no chão (com técnica! Rs), cada um no seu quadrado. Depois em dupla com movimentos organizados e sincronizados, numa linha rolo compressor massageador, pra terminar em algo tipo, sei lá, um Grupo Corpo disforme! rsrs
E depois pra achar o caminho de volta? Me senti como as crianças que rodam, rodam, rodam, no próprio eixo e depois tentam andar em linha reta, hahaha
(Mas dessa vez uma senhora simpática ficou comovida com a minha situação, rs, e me acompanhou de volta :-D)