Passamos pela catraca (sim, é organizado o negócio!), mas a vista da cidadela requer uns passinhos a mais.
“Mas não olhem para o lado direito de vocês.” – instruiu Fisher.
Subimos, subimos, subimos e nosso guia parou. Em tom solene, nos lembrou da importância daquele sítio, não só para a nossa civilização de hoje mas, principalmente, para aqueles que a construíram e viveram nos seus tempos áureos.
“Agora coloquem-se um na frente do outro e fechem os olhos… Podem caminhar, devagar… Mais um pouco, mais um pouco… Podem abrir.”
Apesar de ser um dos sítios arqueológicos mais famosos e requisitados do mundo sabe-se, na verdade, muito pouco sobre a cidade perdida dos incas, dado que não foram deixados quaisquer registros. Quando foi apresentada ao mundo pelo americano Hiram Bingham, apenas em 1911 (!), Machu Picchu já era uma ruína saqueada, não pelos espanhóis, pelo que se pode investigar, mas pelos próprios povos vizinhos e/ou, outros estudiosos aventureiros, que passaram por ali sem revelar seus segredos.
Não sei se foi por conta de todo o nosso esforço pra chegar até ali, mas que deu um nó na garganta, isso deu. “Nossa…”
…
“Nossa, é linda demais!!!”
E tão grande… É muito, muito, mais do que um sítio arqueológico… Machu Picchu foi construída num local extremamente particular… que reune características únicas e muito especiais. Sim, me refiro a todo o seu entorno de montanhas, rios, vegetação, clima… Não se sabe, ao certo, se o seu propósito era o de ser um local de práticas espirituais, mas o fato é que, uma vez em Machu Picchu, seu olhar se volta… para fora! Pra grandiosidade que existe nos 360o ao seu redor. Poderia ficar ali por horas, sentada, admirando e tentando decifrar aquele lugar. Realmente tem uma energia pra lá de especial. Tudo isso é Machu Picchu.
Impossível retratá-la em uma foto… mas, ao mesmo tempo, impossível não fotografar freneticamente E tinha até llama!! Várias, na verdade, soltinhas, misturadas aos turistas. Quando vi, estavam numa espécie de terraço gramado, simplesmente, na localização perfeita para enquadrá-las com as ruínas ao fundo. “Yes!”
Tirei uma, duas, três… Coloquei zoom, me estiquei, levantei a câmera… Ohhh… são tão boazinhas… acho que não vão se importar se eu subir no “terraço” delas… hesitei…
Mas elas não. Foi eu colocar o pé pra primeira arrancar galopando na minha direção!
“Uou!!” Dei um click, meia volta e um pulão do terraço pra cima das pedras. Em milésimos de segundos receei o impacto nos meus joelhos doloridos mas o instinto de sobrevivência falou mais alto. Sobrevivi! Rsrs