paola
O verde segue raro por aqui. De repente tenho o ímpeto de sacar a câmera para uma foto e me dou conta de que é apenas uma palmeira que apareceu, perdida na multidão, ao lado de uma casa. “Olha que lindo!” Engraçado como algo tão familiar tem o poder de nos encantar quando mudamos de contexto… Começo a imaginar como deve ser se deparar com um oásis no meio do deserto…
Saímos dos muros da Medina para conferir Gueliz, o bairro moderno da cidade onde fica o Jardin Majorelle, comprado e recuperado por Yves Saint Laurent na década de 80 (e onde foram jogadas suas cinzas!). Lá tem largas avenidas e a ordem urbana segue a fórmula que conhecemos: sinal de trânsito, faixa de pedestres, Starbucks, parques… Mas, para a minha surpresa, tudo continuava plano e monocromático. Ne-nhum prédio é pintado de outra cor que não ocre. Ne-nhum prédio tem mais de 4 andares. Não me entendam mal, é bonito! Tem uma harmonia ímpar e uma exploração elegante do ton sur ton. Mas fiquei encasquetada… Gueliz tem mais palmeiras. Muitas suculentas e cactos gi-gan-tes-cos! Me permito tirar fotos como se fosse a coisa mais rara do mundo, hehe. OK, cactos desse tamanho nunca tinha visto.
Mas de volta a Medina, há um outro elemento importante do quebra-cabeça de ruazinhas: os terraços!!
Sim, porque todo casebre que se preze tem um. Dificulta um pouco na hora de escolher o restaurante porque não da pra usar a técnica de sacar o ambiente e checar o cardápio (afinal, aqui nada se julga pelas aparências!). É preciso seguir a intuição (ou o Trip Advisor ☺) e ousar: entrar numas portinhas minúsculas no meio do caos, passar por uns salões bem frios e sem graça e subir uns 2 ou 3 lances de escada pra encontrar seus terraços com mesas baixinhas, almofadas coloridas, tecido esvoaçantes e pratos deliciosos!! A noite a iluminação é toda quente, vinda das inúmeras luminárias esculpidas em metal, estrategicamente posicionadas. O povo aqui realmente sabe fazer um ambiente acolhedor! Falta só colocar um vinhozinho no cardápio… coisa rara por aqui, viu?