“Amigos, essa é uma viagem muito dura…”, introduz o motorista do nosso jipe, quando chegamos à fronteira. “Estaremos quase o tempo todo acima dos 4.000 metros, encontraremos condições climáticas difíceis, acomodações e comida muito simples e longas horas na estrada. Mas eu prometo a vocês que a paisagem compensa.” Ok, com os espíritos preparados partimos pra Bolívia, ainda cercados de deserto (e oásis) por todos os lados.
Tomamos nosso café da manhã na fronteira numa mesa improvisada e com um vento cortante, mas com pão fresquinho 🙂 Dureza é o café que, na maioria das vezes, é solúvel…
Ao contrário do Atacama, na Bolívia o esquema é beeem mais complexo e, na minha opinião, um daqueles poucos casos em que, de fato, uma agência é necessária (a não ser que você seja um profissional do offroad). E, diga-se de passagem, foi uma decisão sábia porque, enquanto no Atacama vimos algumas pessoas explorando por conta própria como nós, no deserto boliviano não havia absolutamente ninguém solo. O problema é que os caras só tem esquema 8 ou 80. Ou seja, o tour de 4 dias com tudo incluído (refeições, hospedagem, transporte, tudo) ou custa 250 dólares ou 3 mil por cabeça. Não tem meio termo. Enfim, o negócio foi desapegar e encarar a opção baratex _/\_
Pra minha supresa, apesar de mais de 50% dos turistas do Atacama serem brasileiros, não tinha nenhum além de mim no nosso grupo. Eram 3 jipes com 3 belgas, 3 australianas, 2 alemães, 2 italianos, 3 chileno-americanos, eu e o meu tcheco 🙂 Só gente legal. Afinal, pra encarar um esquema desses tem que ser um tanto ou quanto easy going.
Nos dirigimos ao primeiro jipe e as 3 primas australianas vieram com a gente: Chloe, Giorgia e Rosie, comemorando seus aniversários de 30, 21 e 21 anos. Coube sim, porque a bagagem toda ía amarrada em cima dos carros, com os galões de diesel pra abastecer, já que não havia vestígio de civilização por aquelas bandas. Os carros viajam em comboios como medida de segurança. Dado que não há qualquer sinal de telefone ou internet, se um dos jipes não chega, alguém volta pra checar. Comida e água também íam nos carros e o banheiro era “natural”, como eles brincam. Só que, às vezes, simplesmente, não tinha onde se esconder. Nesses casos o negócio era caminhar, caminhar e caminhar até um buchinho ser suficiente pra esconder as partes importantes, rs Mas, de vez em quando… Ups! Acho que vi um bumbum! Rs