Depois de salvar o jogo americano da boca da Pepa, no café da manhã que hoje foi na piscina, fomos visitar as lagunas Balinache. De modo geral, todos os caminhos começam com uma boa estrada asfaltada e terminam com um projeto de caminho de terra e/ou pedras pra lá de péssimo. E observei que vemos, o tempo todo, pequenas casinhas na beira da estrada (do tamanho de uma casinha de cachorro), com flores, enfeites, mensagens e uma cruz. Confirmamos que são homenagens a pessoas que morreram em acidentes – um tanto ou quanto educativo, eu diria. A sinalização é razoável, mas não há ne-nhum controle, especialmente de velocidade (as próprias placas dizem “velocidade sugerida”), e há quilômetros e quilômetros de linha reta, tão reta, que você jura que são linhas verticais quando olha pro horizonte. Posto de gasolina? Só um filho único no centro de São Pedro, sempre com uma fila de 20 a 30 minutos.
Mas as Balinaches não são apelidadas lagunas escondidas à toa. Não foi o percurso mais longo mas, certamente, o pior. 59km de terra super ondulada, como um redutor de velocidade natural, com pedrinhas e 360o de lava vulcânica petrificada à nossa volta (que eu jurava que era lama). Nenhum buchinho verde, cacto ou florzinha amarela pra alegrar o trajeto. Muuuuito raramente cruzamos com outro carro ou vemos um rastro de poeira no horizonte. A medida em que nos aproximamos, começamos a ver algumas linhas brancas, ainda bem distantes. É o sal que fica nas margens das lagoas e salares. Me perguntei se há milhões de anos atrás teriam sido mar que os movimentos tectônicos elevaram a mais de 2.400 metros de altitude, mas nos explicaram que a água das lagoas, carregadas de sal e outros minerais, brotou da terra mesmo.
Apesar de ultra isolados e no meio do nada, a maioria dos atrativos tem uma casinha bem simples e rústica, às vezes com banheiro, que faz o controle da entrada de turistas e dá informações básicas. Não se vende absolutamente nada além da entrada.
Estacionamos o carro ao lado de meia dúzia de outros, sempre com a frente virada pra saída, como nos orientaram, pra facilitar a evacuação em caso de emergência. Me questiono que tipo de emergência e não consigo pensar em nada além de terremoto e erupção vulcânica, dado temos 4 vulcões ativos à nossa volta.
Não que as outras 9 lagunas que visitamos no Chile, não tenham nos arrancado suspiros, mas acho que as Balinache ganham o nosso voto no quesito Uau! São tão azuis, às vezes turquesa, que com aquela margem de sal branquinho e aquele horizonte de “lama” à volta, fazem cair o queixo e disparar a câmera fotográfica enlouquecidamente, rs. Como podem existir lagoas tãaaao estonteantemente lindas no meio desse nada de lava?!?! Desconfio que e elas tenham sido bem maiores e que isso é o que sobrou de todas as erupções passadas… Ah, sim, são daquelas que a gente não afunda por nada! Uma diversão à parte 🙂